quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Se você não pode ser forte, seja pelo menos humano...

Certa vez decidi ir ao encontro da minha alma e procurar nela o motivo pela qual toda tarde às 18h meu corpo caía ao solo diante da tristeza. Achei, por ventura, que era uma influência astronômica, pois dizem que esse é horário que o sol se desliga e a lua é convidada a entrar em cena. Criei inumeras hipóteses na qual todas falharam... Com a incerteza no colo eu viajei até meu eu para procurar, da forma mais dolorida e mais eficaz, o porque de lágrimas cairem mesmo quando os olhos se fecham. Eu sofri! Eu senti um gosto amargo, um queimar ardente, e descobri... Com o corpo ao solo, coberto pela tristeza, olhei para os céus, vi e senti as nuvens chorando comigo; vi a cidade ficar cinza e grenar, vi sem abrir os olhos um filme bom, velho e conhecido. E voltando do encontro com minh'alma, reparei que o caminho que fiz era mais estreito e quente do que eu prevía. Em tons pastéis me vesti, tentando ser suave; fui, na verdade, patética! Não eram as 18h que derrubavam meu corpo, era a ilusão que surgia cada vez que eu te permitia ir embora... (Raíssa C. Momesso)

8 comentários:

  1. Raíssa!
    nem sem se esse comentário sairá decente... tenho que me recuperar do seu texto.
    quanta intensidade! quanta vida! esse texto fara parte das linhas verdadeiras que tenho a imensa felicidade de ler

    precisa ter coragem para ir de encontro a alma, encarar a si mesmo... ah! eu não vou falar sobre o que você já escreveu tão bem!
    um bjãO

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  2. Ao cair da tarde sinto uma tristeza tão abissal que pensei ser único, até comentei com uma amiga, e, ela sentia isso tbém, agora vc... A hora das carvenas? Já escrevi um poema sobre essa hora, não lembro se postei, vou vê, qlq coisa, postarei...
    Bjs*

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  3. ótimo e intenso texto.
    Muito bom teu blog.
    Foi bom conhecer vc.
    Maurizio

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Eu adoro o pô-do-sol, porque traz a noite, velha e alegre companheira. Mas sinto essa tristeza ao cair da tarde uma vez por semana, aos domingos. E se ouvir os sinos sorumbáticos de alguma igreja cantarem as 18 horas... a tristeza vira angústia.

    Belo texto, Raíssa!

    Beijos

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  6. Gostei imenso do teu texto!
    Mas eu gosto do fim da tarde, gosto do deitar do sol, pois é nesse deitar que sonho muitas vezes acordada. Se a partida ou despedida estiver em causa, pouco importa o anoitecer ou o madrugar ficará sempre a dor da escuridão...

    Lindo!!!

    Beijinhos

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  7. Se mereceu o elogio? calro que mereceu e merece!
    tem algo de especial nas palavras...algo a ver com "força"

    bjãO
    ótima semana!

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