Sinto a força dos gritos que invadem minha amplitude a todo tempo. É como se todo mundo estivesse ouvindo e ignorando e ao mesmo tempo, é como se nem mesmo eu estivesse ouvindo. Ecoa e vibra mas falta intensidade... Gritos vazios, gritos sem sentido nem prazer, gritos ausentes de presença e conotação! Abafados pelo audio do mundo e reforçados pelo som da piedade... Para onde correr agora? Ou não se deve correr agora? Imensidão e neblina ilustram a capa de um livro de conteúdo incompreensível na qual todos querem saber o final. Sabe por que? Porque o confuso, assustador, enigmático e invisível, atraem o íntimo de cada pessoa muito mais do que o mastigado e entregado. É o instinto que caminha com nossas pernas... É a razão que tenta fazer nossa cabeça... É o sistema nervoso que decide por nós.
Para onde estes gritos apontam agora? E o desespero... é complemento ou anexo? Deixo assim. (Raíssa C. Momesso)